Evento discute a importância das narrativas negras no audiovisual brasileiro. Festival Negritudes Globo chega a SP para discutir importância das narrativas negras no audiovisual brasileiro
São Paulo recebeu nesta quinta-feira (5) o Festival Negritudes Globo. Foi a terceira edição do ano do evento que discute a importância das narrativas negras no audiovisual brasileiro.
O Festival Negritudes é também uma celebração da resistência do povo negro. Mais de quatro mil pessoas participaram do evento, que é um espaço de reflexões, trocas e celebração da influência e do protagonismo de pessoas negras no audiovisual e na cultura brasileira.
Os três palcos receberam artistas, atletas e grandes nomes do movimento negro. O painel de abertura teve como tema: "A nossa alegria é o futuro. E o futuro já está acontecendo."
A jornalista Maju Coutinho mediou o debate com a escritora Conceição Evaristo, os cantores Russo Passapusso, Leci Brandão e Clayton Nascimento.
"Esse evento para mim tem um significado muito grande, porque vejo aqui a potencialização de uma geração que é a minha geração, como a geração de Leci Brandão. É uma geração muito nova, né? Uma geração que tem idade para ser nossas filhas, nossas netas. Então acho que é um momento muito grande de afirmativa da dignidade negra brasileira", disse Conceição Evaristo.
"Essa pessoa que está ouvindo a gente, esse moleque, essa menina preta que está na periferia, saber que nasce de dentro, nunca parar de olhar, porque a arte todo mundo tem", ressaltou o cantor e compositor, Russo Passapusso.
Em São Paulo, artistas, atletas e grandes nomes do movimento negro participam da 3ª edição de 2024 do Festival Negritudes Globo
Reprodução/TV Globo
Como "Transformar através do conhecimento", "Inovação nas narrativas negras", "A vida depois do Big Brother Brasil", e "A relação entre música, identidade e pertencimento", foram alguns dos outros painéis. Artistas relembraram canções que fizeram parte da história de muita gente.
"A gente está constatando o quanto a cultura negra faz parte da vida do brasileiro", afirma o cantor e compositor, Péricles.
Em São Paulo, artistas, atletas e grandes nomes do movimento negro participam da 3ª edição de 2024 do Festival Negritudes Globo
Reprodução/TV Globo
Talentos olímpicos do Brasil participaram do painel "Pretas no Topo."
"É importante a gente mostrar essa força, nosso empoderamento, força para a mulherada também. Mostrar que nossa cor merece o topo", diz Beatriz Souza, judoca e campeã olímpica em Paris.
Talentos olímpicos do Brasil participaram do painel "Pretas no Topo."
Reprodução/TV Globo
Teve também oficina de jornalismo para estudantes e shows.
O festival, promovido pela Globo, já passou, nos últimos meses, pelo Rio de Janeiro e por Salvador, e tem crescido a cada ano.
"Quanto mais a gente debater e celebrar as narrativas negras do audiovisual, mais a gente está falando sobre resgatar a cultura afro-brasileira. Pensar em como trazer profissionais negros para a frente e por trás das câmeras. E quando pessoas negras se veem nas telas, se sentem representadas. Mais a gente inspira, mostra caminhos, possibilidades, e isso é falar de sonhos", destaca o líder do Negritudes Globo, Ronald Pessanha.
O Negritudes hoje é sinónimo de pertencimento.
"Nós podemos ocupar todos os espaços que são incomuns, principalmente a nós, mulheres pretas", ressalta a atriz e dançarina, Suely Rezende.
"O sentimento é de pertencimento, de identidade, de reconhecimento, de valorização, de resgate. Tudo isso e mais um pouco", diz a professora aposentada da rede pública, Anair Novaes.
Talentos olímpicos do Brasil participaram do painel "Pretas no Topo."
Reprodução/TV Globo
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